domingo, 28 de junho de 2015

Cursos abertos de qualidade? Agende o seu no segundo semestre de 2015.

Cursos abertos no UNISAL - Campus Pio XI


O que é bom precisa ser divulgado.  Aqui está algo novo (e bom) para vocês, neste espaço: divulgação de cursos para o segundo semestre. 

Estarão abertas, a partir de 30 de junho de 2015, as inscrições para os cursos abaixo, no Alto da Lapa, Campus Pio XI do UNISAL. Serão turmas pequenas para maior aproveitamento, com professores especialistas nas suas áreas. Para mais informações, telefonem para  (11) 3649.0200 - Sr.ª Raquel - (Secretária Acadêmica) ou acessem: http://www.unisal.br/pioxi .

 Área:   TEOLOGIA SISTEMÁTICA
1. Escatologia da pessoa e do mundo: esperança cristã. 

Área:  PASTORAL
2 Homilética
3 Estudos sobre o Pentecostalismo. 

Área:   BÍBLIA
4 Evangelho segundo João.
5 Realidade judaica no período do Novo Testamento. 

Área:  FILOSOFIA E HISTÓRIA
6 Antropologia pedagógica em Edith Stein. 
7 História do sincretismo no Brasil. 
8 Compreender o regime militar (1964-1985).

Área:  LÍNGUAS
9   Língua latina - módulo II (básico).
10 Oficina de Língua Portuguesa - módulo II. 
11 Oficina de Redação Empresarial em Língua Portuguesa. 
12 Conversação e leitura em Inglês. 
13 Introdução à Língua Francesa.
14 Iniciação à conversação em Espanhol. 

Consultem, inscrevam-se e divulguem.  Estarei com os cursos 10 e 11.  Espero vê-los em salas de aulas, em agosto

Um abraço. 

sábado, 27 de junho de 2015

Ter e Vir - Pretérito Perfeito do Indicativo

Verbos ter e vir e seus derivados


Ouvi duas frases na semana que termina neste sábado a precisarem de acertos. O que há de incorreto nelas quanto ao emprego dos verbos?

          "Quem reteu o Imposto de Renda com alíquota indevida..."                                                  "O deputado interviu nas discussões daquele momento..."

Vimos, na página de 11.04 e, mais recentemente, na de 06.06, derivação de verbos irregulares.  Volto, agora, à conjugação do pretérito perfeito de dois deles, presentes nas frases acima. 
                          Ter                                                             Vir
                    tive, tiveste, teve,                                    vim, vieste, veio                                                 tivemos, tivestes, tiveram                         viemos, viestes, vieram

Tomando-se como base essa conjugação, os derivados de ambos seguirão a mesma construção.  Do verbo ter: deter, reter, manter; do verbo vir: revir, provir, intervir, advir.  Teremos, então: 

     retive, retiveste, reteve,                                       intervim, intervieste, interveio, 
     retivemos, retivestes, retiveram                          interviemos, intervistes, intervieram


Com essas informações, agora é possível corrigir aquelas frases ditas por entrevistado e entrevistador, respectivamente: 

               "Quem reteve o Imposto de Renda com alíquota indevida..."
               "O deputado interveio nas discussões daquele momento..."

Visto isso, só resta praticar também nos outros tempos verbais - do indicativo: presente (tenho, venho), imperfeito (tinha, vinha), mais-que-perfeito (tivera, viera), futuro do presente (terei, virei) e futuro do pretérito (teria, viria); do subjuntivo:  presente (tenha, venha), imperfeito (tivesse, viesse) e futuro  (tiver, vier); gerúndio (tendo, vindo);  particípio (tido, vindo).

Adquira independência e segurança na arte de conjugar.  Basta exercitar. 

Mantenha a calma, intervenha quando necessário e tenha uma ótima semana. 

_______________
          Veja mais informações a respeito desses verbos nos endereços
http://escreverbem.com.br/uso-dos-verbos-derivados-de-por-ter-vir-e-ver/
http://www.apoioescolaronline.net/noticias/o-verbo-vir-e-derivados-4
          Sobre a acentuação nesses verbos, no presente do Indicativo,  veja http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono12.php
          E, para diversas dúvidas na conjugação verbal, consulte o excelente:  RYAN, Maria Aparecida. Conjugação dos verbos em Português. 17.ed., São Paulo: Ática, 2000. 

sábado, 20 de junho de 2015

Preposições e regência (II)

Agradecer, desculpar, pagar, perdoar 

   Eis quatro verbos usados em nosso dia a dia, com raras ocorrências corretas quanto à regência. Todos eles pedem dois tipos de complementos: um direto (imediato) e um indireto (secundário). 

   O complemento imediato (objeto direto) é representado pela "coisa": agradecemos alguma coisa; desculpamos algo; pagamos alguma coisa; perdoamos algo.   Exs.: 
          Agradecemos a gentileza da visita. Desculpem o transtorno. 
          Pagamos as contas.  Perdoamos sua grosseria. 

   O complemento secundário (objeto indireto) representa-se pela "pessoa", precedida da preposição "a" , que indica a (ou para) quem se dirige nossa ação: agradecemos a alguém; desculpamos a alguém; pagamos a alguém; perdoamos a alguém. Exs.: 
          Agradecemos a vocês... Desculpem ao Pedro... 
          Pagamos ao médico... Perdoamos a quem nos tem ofendido.   

   Como esses verbos pedem os dois complementos, as frases acima, corretas e completas, seriam: 
         Agradecemos a vocês a gentileza da visita. 
         Desculpem ao Pedro o transtorno que causou. 
         Pagamos ao médico a consulta. 
         Perdoem-nos a falha.

Onde está o erro no emprego corriqueiro, na fala do dia a dia? 
Invertemos os complementos e valemo-nos da preposição por. Essa preposição, como marca do complemento desses verbos, indica outro tipo de relação entre os vocábulos:  em lugar de, em vez de. Quando peço desculpas por alguém, peço-as em nome desse alguém. É o mesmo tipo de relação  que se estabelece com os outros três verbos de hoje: agradecer por (= agradecer em lugar de alguém), pagar por (= pagar em lugar de), perdoar por (= perdoar em lugar e, em vez de alguém).  Exs.:  
          Vamos tomar um café?  Eu pago por você. = eu pago em vez de você pagar.    

Obs.:   "Eu pago um café para você." significa que eu darei o dinheiro para você (e não para o caixa). 

Posso substituir os complementos por pronomes? Sim. Veja as substituições possíveis. 
         Agradecemos a vocês a gentileza da visita.
              Agradecemos-lhes a gentileza da visita. 
         Desculpem ao Pedro o transtorno que causou. 
              Desculpem-lhe o transtorno que causou.
    Desculpem o transtorno que causamos
              Desculpem-nos o transtorno.  
         Pagamos ao médico a consulta. 
              Pagamos-lhe a consulta. 
         Perdoem a nossa falha
              Perdoem-nos a falha.

Agora, coloque em prática o que viu aqui. E nunca mais use "Desculpe pelo transtorno.", nem pague o café para ninguém que não seja o caixa ou o garçon (desculpem-me, mas não gosto do vocábulo garção).

Uma ótima semana!

sábado, 13 de junho de 2015

Femininos com -s- ou -z-?

Uma dúvida ortográfica

Começamos a conversar sobre  nossa ortografia em fevereiro de 2015. Hoje será nosso segundo encontro  a respeito dela. 

Um jovem aluno executivo pergunta-me:  Por que há substantivos cujo feminino é feito com "s" em vez de "z"?  Respondo: Tudo depende da sua origem, da etimologia.  Explico. Voltemos ao Latim, base da formação de nossa grafia. Em Latim, os vocábulos eram grafados com "s".  O "z" aparecia em vocábulos vindos do Grego para o Latim, em início de nomes próprios: Zeus, Zenão, Zêneca, Zenith, ... 

Grafam-se com "-ês" (masculino) ou "-esa/-isa" (feminino), os substantivos que indicarem: 
   a. nacionalidade - português, portuguesa; francês, francesa; japonês, japonesa...;
   b. classe social - burguês, burguesa, burguesia; freguês, freguesa, freguesia...; 
   c. títulos de nobreza - príncipe, princesa; marquês, marquesa; barão, baronesa*...;
   c. profissões femininas - profeta, profetisa; píton, pitonisa**; sacerdote, sacerdotisa,...

Esses substantivos guardam sua origem (latina ou grega) como em mesa, casa, rosa, vaso, glicose, análise, pesquisa, ... 


Grafam-se com "-ez" ou "-eza" os substantivos  abstratos formados com base em adje- tivos:  
          surdo > surdez; rápido > rapidez; gago > gaguez; pequeno > pequenez;  
          belo > beleza; lindo > lindeza; limpo > limpeza; triste > tristeza; ... 

Ortografia tem história... 

Haverá quem pergunte: E juíza? É profissão feminina, no entanto grafa-se com "z". Bem, juíza é feminino de juiz, grafado com "z" pela etimologia, também.  Por quê? Veja a história da palavrinha. 

O vocábulo "juiz" em latim era judicem.  Na boca do povo, o -"m" deixou de ser pronunciado (como também hoje tem acontecido em Português, em homem, ontem, jovem, garagem,...). Gerou-se uma forma judice, cuja sílaba tônica era o "di", pronunciada alongadamente.  O que se ouvia, então era um final "ss" > judiss.  O"d" intervocálico deixou de ser pronunciado e, por isso, surgiu juiss.  Como não existem palavras em Português terminadas por dois esses (ss), convencionou-se que esse som duplo final seria grafado "z". Abaixo, o esquema da evolução do vocábulo: 

          judicem > judice > judiss> juiss > juiz

E o feminino, por isso, fez-se com o acréscimo do "-a" à forma masculina: juiz > juíza.

Precisarei estudar Latim para saber tudo isso?  Bem que eu gostaria que fosse possível, mas não o sendo (gostou?), permita-me uma dica que eu ensinava aos meus alunos de segundo e terceiro anos da escola fundamental: busque a família da palavra. Se em alguma das derivadas houver um "c" (original do Latim), nesse local nasceu tardiamente um "z".  Veja: 
      
           veloz (velocem) >  velocidade, velocípede, velocímetro
           feliz (felicem) >  felicidade, infelicidade, felicíssimo;
           voraz (voracem) > voracidade; 
           luz  (lucem) > lucidez, lúcido e, finalmente, o nosso 
           juiz  (judicem) > judicial, judiciário.  

Como vê, é muito linda e rica nossa história linguística, não?  Mas, por hoje, basta. Quero que você ame nossa língua tanto quanto amo. E até mais um pouco de Latim  você aprendeu aqui...  

Pode exibir-se. Faz parte do aprender e saber. 

Boa semana.  

____________
* Importante: conde > condessa; visconde (vice+conde) > viscondessa são formas que vieram do Italiano para o Português e, por isso, grafam-se com dois esses (ss).
** "Os gregos davam o nome de Pitonisas a todas as mulheres que tinham a profissão de adivinhas, porque o deus da adivinhação, Apolo, era cognominado de Pítio, quer por haver matado a serpente-dragão Píton, quer por ter estabelecido seu oráculo em Delfos, cidade primitivamente chamada Pito. A Pitonisa era a sacerdotisa do oráculo de Delfos."  Disponivel em: http://www.dicionarioinformal.com.br/pitonisa/ . Acesso em 07.06.2015 à 1h05. 

sábado, 6 de junho de 2015

Ter e Pôr

      Derivação do Pretérito Perfeito do Indicativo dos verbos irregulares 


      Em 11.04.2015,  trabalhamos os verbos ver e vir e suas derivações.  Hoje volto a tratar do assunto, pois ouvi,  durante a semana, dois entrevistadores incorrerem em formas erradas e preocupantes:  "Você interviu no processo?" e "Depois que se rever o projeto, será levado à plenária. "
     
      Relembrando: o verbo intervir  é derivado do "vir" e conjuga-se  como ele: Você veio...; então, "Você interveio no processo?".  E o verbo rever  é derivado do  "ver": Depois que, quando se vir o projeto; logo, "Depois que se revir o projeto, será levado..."
      

Corrigidas essas formas, passemos às de hoje: verbos ter e pôr.


Para conjugarmos corretamente, buscamos a 3.ª pessoa do plural do Pretérito Perfeito do Indicativo. Ex.: (Ontem) eles tiveram; eles puseram.  Isolamos a desinência (terminação) dessa pessoa  -am. Teremos, imediatamente, a primeira pessoa do Futuro do Subjuntivo: Se (ou quando) eu tiver, ou eu puser. Agora, é só  flexionarmos nas demais pessoas: se tu tiveres/puseres, se ele/ela tiver/puser, se nós tivermos/pusermos, se vós tiverdes/puserdes, se eles/elas tiverem/puserem.

Até aqui parece simples, e é.  A dificuldade está quando derivamos desses verbos nessas formas: reter, manter, deter, conter, entreter...; repor, propor, supor, compor, dispor, depor, antepor, sobrepor, impor, pospor,...  Vamos a elas: 
               tiver > retiver, mantiver, detiver, contiver, entretiver,...
               puser > repuser, propuser, supuser, compuser, dispuser, depuser, 
                            antepuser, sobrepuser, impuser, pospuser, ...  
                       
Ao empregarmos em frases, certamente deveremos ter muito cuidado, pois, por serem incomuns aos nossos ouvidos, corremos o risco de conjugar errado. 

A título de exemplo vejamos estas ocorrências: 
               Se mantiverem os preços...
               Quando retivermos o ICMS e o IPI, encontraremos...
               Se a planilha contiver o cálculo dos impostos, ...
      
          Se propusermos novas condições de pagamento, o cliente...
          Quando dispuserem de tempo, vamos conversar a respeito... 
          Se sobrepuseres as caixas, terás mais espaço para a mercadoria. 

E, se você supuser que vai chover durante a semana, leve guarda-chuva e agasalho, pois certamente esfriará.  

Uma ótima semana com boas práticas e treino dessas formas verbais.